Editorial Vol. 7 | n.° 7 | novembro de 2017
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“ARTE DE INVENTAR OS PERSONAGENS
Pomo-nos bem de pé, com os braços muito abertos e olhos fitos na linha do horizonte
Depois chamamo-los docemente pelos seus nomes e os personagens aparecem”Mário Cesariny, Manual de Prestidigitação
O mundo ficcional é uma fatalidade. A inspiração, este “soprar para dentro”, pode vir também com uma terrível fuligem de poeira, de concreto desmontado, escombros de guerra ou umidade pesada no ar.
A verdade é que o poeta, de braços abertos para ser soprado, corre o risco, às vezes, de ser arrastado. O ar seco pode deixar o artista com coceira na garganta, sem voz, ou, pior ainda: com uma tremenda amigdalite. O mundo é material do poeta. O corpo, seu instrumento e sua fatalidade final.
A resistência lúcida diante da expressão do fatal e do perplexo é uma linha em comum que reúne os textos deste número. Se a ficção tem mais força do que a realidade, então temos um conjunto de textos hiper-fatais, cuja permanência resiste muito mais do que um sopro. Estão mais para um furacão, como pode sugerir a obra de Ana Ladeiras.
“Falta o sopro” (Helena de Andrade), “eu espero o instante exato” (Marcia Pfleger), “você de novo por aqui?” (André Mellagi). A visita da fatalidade é maravilhosa. É tudo o que o poeta quer.
Desejamos a todos uma boa leitura.
As editoras
Clique nos textos para ler:
ANDERSON FREIXO | Fatalidade
ANDRÉ MELLAGI | Antolhos
CARLOS BARTH | Marcelinho
DAGUITO RODRIGUES | Uma Festa para Mário
FÁBIO AMARO | Carranca
FRANCIELI BORGES | Um olho esplêndido
GIOVANE ADRIANO DOS SANTOS | Em qualquer rua do mundo
HELENA DE ANDRADE | Sangue
MARCIA PFLEGER | Açúcar para mosca num café
MARIA JOÃO TORRES | Tenho três vidas. Será?
Ilustração de Capa: Ana Ladeiras (Porto, Portugal) | ana.ladeiras@gmail.com
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